Daniel Chapo, candidato presidencial da FRELIMO nas eleições de 2024, enfrenta uma crise de saúde que gerou especulações sobre seu sumiço do cenário político nas últimas semanas. Fontes próximas revelaram que Chapo sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 12 de novembro e desde então está em tratamento médico, enfrentando complicações graves.
Após o incidente, ele foi inicialmente transportado de helicóptero para um curandeiro em um distrito da província de Inhambane, onde é popularmente estimado. No entanto, os esforços não tiveram sucesso. Dias depois, ele foi transferido para uma clínica de elite em Maputo, onde permanece internado em estado crítico e sem conseguir se comunicar.
Segundo informações de bastidores, Chapo já havia demonstrado intenção de renunciar à candidatura devido à pressão pública e às manifestações contra os resultados eleitorais. Contudo, o presidente Filipe Nyusi e lideranças do partido teriam rejeitado essa possibilidade, temendo que a saída de Chapo consolidasse uma vitória automática para Venâncio Mondlane (VM7), figura que vem ganhando força como líder da oposição.
A recusa em aceitar sua renúncia estaria ligada ao temor de um colapso na estratégia de controle político da FRELIMO, que enfrenta uma das maiores crises de legitimidade de sua história. Alguns membros do partido, especialmente os mais próximos ao setor econômico, resistem à ideia de uma transição que possa ameaçar interesses financeiros e políticos.
No centro da crise, a família de Daniel Chapo tem se mostrado cada vez mais preocupada. Sua esposa, em declarações a aliados próximos, teria implorado pelo retorno do marido à sua antiga vida pacífica em Inhambane, onde ele já foi governador. "Ele só quer paz e sossego", teria afirmado, pedindo que o partido permitisse sua retirada da disputa política.
Apesar disso, lideranças influentes da FRELIMO, conhecidas como "os tubarões", estariam inflexíveis, recusando qualquer movimentação que fragilize a candidatura. Enquanto alguns aliados reconhecem a gravidade da situação, as decisões estratégicas ainda são dominadas por interesses que colocam a saúde de Chapo em segundo plano.
O desaparecimento de Daniel Chapo dos holofotes tem gerado intensos debates, mas o partido tem mantido silêncio absoluto sobre o estado de saúde do candidato. A estratégia parece ser esconder a real situação para evitar impactos negativos no controle político da FRELIMO. No entanto, o prolongado afastamento começa a levantar dúvidas entre apoiadores e a base popular.
Com sua saúde deteriorando-se e sua ausência cada vez mais notável, o futuro político de Daniel Chapo é incerto. A resistência em liberar o candidato da pressão eleitoral pode não apenas agravar sua condição, mas também abrir um novo capítulo de questionamentos sobre as prioridades e estratégias da FRELIMO.
O país aguarda ansiosamente por um esclarecimento oficial enquanto os rumores se intensificam. A história de Chapo pode se tornar o símbolo de um sistema que, em meio às suas disputas internas, parece priorizar o poder sobre a vida de seus próprios líderes.
Redação: Índico News – Radar Magazine MZ®||
Fonte: Unay Cambuma|| Imagem: Arquivo Radar
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