Na madrugada de hoje, surgiram informações devastadoras sobre o assassinato de Arlindo Chissale, jornalista e figura proeminente ligada ao partido PODEMOS, ocorrido na província de Cabo Delgado, Moçambique. Este episódio trágico, que também vitimou outro delegado do partido, evidencia o crescente clima de repressão política e levanta sérias questões sobre os direitos humanos na região.
O caso de Chissale já era motivo de preocupação desde o seu desaparecimento no dia 7 de janeiro de 2025. O jornalista, conhecido por sua atuação crítica e pela defesa incansável da democracia, havia deixado sua casa em Pemba rumo a Nacala, mas nunca chegou ao destino.
O desaparecimento de Arlindo Chissale: Uma sequência de eventos marcados por incertezas e ameaçasPor Jota Pachoneia, o resilienteO jornalista Arlindo Chissale, conhecido pela sua atuação crítica e investigativa, está desaparecido desde a tarde do dia 7 de janeiro de 2025. Os acontecimentos que antecederam o seu desaparecimento, narrados por uma fonte familiar próxima, revelam um enredo de adiamentos, ameaças constantes e mistério.Segundo a fonte, Chissale, que trabalhava em Nacala, na província de Nampula, estava em Pemba, coordenando atividades relacionadas ao PODEMOS. Embora devesse retornar ao seu setor de trabalho, ele adiou a viagem duas vezes no mesmo dia. Na madrugada de 7 de janeiro, ao dirigir-se a um terminal de transporte, sentiu-se desconfortável com algo e decidiu retornar à casa, uma situação que se repetiu mais tarde naquela manhã.“Quando chegou à estação estranhou alguma coisa e voltou para casa. Foi isso que disse à esposa”, relatou a fonte.Somente ao final da tarde, Chissale conseguiu uma viatura que o levaria até a cidade de Pemba, de onde seguiria para Nacala. Em seu último contato, ele informou à esposa que estava na zona de Silva Macua. “A esposa falou com ele e disse estar na zona de Silva Macua. Mas quando tentou falar com ele tempos depois, os números só chamavam, mas ninguém atendia, até chegar um momento em que deixaram de chamar”, afirmou.A mesma fonte revelou que Chissale vinha recebendo ameaças há muito tempo, uma realidade que o jornalista compartilhava com pessoas de confiança. Apesar disso, o desaparecimento não foi comunicado às autoridades policiais, e a família, imersa em desespero, ainda não recebeu apoio para as buscas.“Pensávamos que o facto de ele não estar a atender o telemóvel era porque arranjou um sítio para se esconder, mas os dias estão a passar e estamos assim, em agonia, porque não sabemos nada”, declarou, expressando a angústia vivida pelos familiares.
Dias depois de seu desaparecimento, surgiram relatos alarmantes de que Chissale havia sido assassinado, supostamente por esquadrões da morte. Uma fonte afirmou ter identificado os corpos das vítimas, mas relatou dificuldades em garantir o acesso aos mesmos. Há suspeitas de que os restos mortais tenham sido destinados a uma vala comum, dificultando a recuperação e a confirmação oficial.
A notícia abalou profundamente o partido PODEMOS e seus aliados. O activista Jota Pachoneia, o resiliente expressou indignação e pesar:
“Estamos profundamente tristes e revoltados com essa tragédia. Arlindo Chissale era um defensor incansável da democracia, e sua morte simboliza a repressão contra aqueles que ousam levantar suas vozes.”
Apesar das dificuldades impostas pelo contexto político, membros do partido e da família continuam tentando localizar os restos mortais de Chissale. Jota Pachoneia, o resiliente afirmou:
"Estamos fazendo tudo ao nosso alcance para garantir que os restos mortais de Chissale sejam entregues à família. Isso é essencial não apenas para honrar sua memória, mas também para assegurar justiça em um momento de tamanha brutalidade."
O assassinato de Arlindo Chissale é um golpe brutal contra a liberdade de imprensa e a oposição política em Moçambique, destacando a crescente repressão em Cabo Delgado. Organizações internacionais já denunciaram a violência contra opositores políticos na região, intensificando o clamor por uma investigação independente e justiça.
A luta pela memória e pela dignidade de Arlindo Chissale será lembrada como um marco na busca por democracia e respeito aos direitos humanos em Moçambique. Continuar lendo
Redação: Índico Magazine |
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Fonte: Jota Pachoneia, o resiliente|
| Imagem: Arquivo Radar