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Dívida pública moçambicana cresce 5% no terceiro trimestre e ultrapassa 16,7 mil milhões de dólares


A dívida pública de Moçambique registou um aumento de 5% no final do terceiro trimestre de 2024, em comparação com o trimestre anterior, atingindo 16,73 mil milhões de dólares. Os dados, divulgados pelo Ministério das Finanças, refletem os desafios contínuos na gestão das finanças públicas e o impacto das condições econômicas internas e externas.

Do montante total, aproximadamente 12,3 mil milhões de dólares correspondem à dívida externa, enquanto a dívida interna representa cerca de 4,43 mil milhões de dólares. Segundo o relatório oficial, o aumento deve-se, em grande parte, à desvalorização do metical face ao dólar e à emissão de novos títulos de dívida para financiar o défice orçamental.

O crescimento da dívida está associado a fatores como:
  • Serviço da dívida: o pagamento de juros e amortizações continua a pesar no orçamento.
  • Apoio ao orçamento: empréstimos contratados junto de instituições financeiras internacionais para cobrir défices fiscais.

Projetos de Infraestrutura: Investimentos em setores estratégicos, como transportes, energia e agricultura, que requerem financiamentos de longo prazo.

O aumento da dívida pública levanta preocupações sobre a sustentabilidade financeira do país. Moçambique já enfrenta pressões significativas no serviço da dívida, que consome uma grande parcela das receitas públicas. Além disso, a contínua dependência de empréstimos externos pode limitar a capacidade de investimento em áreas prioritárias, como saúde e educação.

Especialistas alertam que a dívida pode ultrapassar 100% do Produto Interno Bruto (PIB) caso medidas de contenção não sejam implementadas. O governo tem buscado renegociar condições de pagamento com credores internacionais e atrair novos financiamentos em termos mais favoráveis.

Organizações como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial têm monitorado de perto a situação econômica de Moçambique. Apesar dos esforços para melhorar a transparência fiscal, a recente crise política e os desafios econômicos, incluindo o impacto das cheias e conflitos armados, dificultam a recuperação sustentável.

Redação: Índico Magazine || Fonte: O País   || Imagem: Arquivo Radar