Venâncio Mondlane, ex-candidato presidencial e figura destacada da política moçambicana, poderá ser notificado pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo na próxima semana. Esta ação, movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), é vista por analistas como uma tentativa de afastar Mondlane da arena política.
A notificação está alegadamente relacionada com as manifestações de 2024, lideradas por Mondlane, que contestavam os resultados eleitorais. O Ministério Público instaurou um processo-crime contra Mondlane, responsabilizando-o pelos prejuízos materiais resultantes dos protestos . Adicionalmente, a PGR exigiu uma indemnização de 480 mil euros pelos danos causados .
Em resposta, Mondlane tem exigido a eliminação imediata dos processos judiciais de que é alvo, considerando-os uma forma de perseguição política . O presidente do Tribunal Supremo de Moçambique afirmou que não existe uma ordem de prisão contra Mondlane, indicando que ele é "um cidadão livre". Entretanto, desde o seu regresso a Moçambique este ainda não foi notificado.
Este desenvolvimento ocorre num contexto de tensões políticas em Moçambique, com a oposição a contestar os resultados das eleições de outubro de 2024, que declararam Daniel Chapo, do partido Frelimo, como vencedor com 70,6% dos votos, resultados divulgados pela CNE. As manifestações subsequentes resultaram em confrontos violentos, levando a comunidade internacional a expressar preocupações sobre a estabilidade política no país .
Redação: Índico Magazine
