Maputo, 11 de março de 2025 – O assessor político Dinis Tivane foi notificado para comparecer na Procuradoria-Geral da República (PGR) na próxima sexta-feira, 14 de março. A notificação surge no momento em que decorre a audição de Venâncio Mondlane, conhecido como "presidente do povo", alimentando ainda mais o clima de tensão política no país.
Fontes próximas ao processo indicam que Tivane será ouvido pelo gabinete responsável por crimes graves, mas os detalhes da convocação ainda não foram revelados. A decisão causou reações diversas, com alguns observadores políticos sugerindo que a notificação pode estar ligada ao atentado à sua residência, ocorrido em fevereiro, enquanto outros questionam os motivos exatos do interrogatório.
Atentado continua sem desfecho
Na madrugada de 23 de fevereiro de 2025, a residência de Dinis Tivane, assessor político de Venâncio Mondlane, foi alvo de um ataque armado no bairro da Avenida de Angola, em Maputo. Indivíduos não identificados, a bordo de uma Toyota Hilux GD-6 branca, dispararam pelo menos 24 vezes contra a propriedade. Felizmente, no momento do ataque, Tivane e sua família encontravam-se na África do Sul, evitando quaisquer ferimentos.
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Este incidente gerou reações de repúdio por parte de diversas entidades políticas. O partido Nova Democracia (ND) manifestou preocupação, classificando o ato como uma afronta inaceitável aos princípios democráticos e aos direitos humanos fundamentais. A ND exigiu uma investigação célere e transparente para responsabilizar os autores materiais e intelectuais do crime.
A polícia de Maputo informou estar seguindo pistas para identificar os autores dos disparos contra a residência de Dinis Tivane. No entanto, até o momento, não houve prisões nem avanços concretos na investigação, o que reforça a sensação de impunidade em meio à escalada da violência política no país.
O ataque a Tivane insere-se em um contexto de crescente tensão. Em outubro de 2024, Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do partido PODEMOS, foram assassinados em uma emboscada em Maputo, o que gerou indignação e levou a manifestações pacíficas posteriormente reprimidas pela polícia.
Dinis Tivane reagiu ao atentado, expressando preocupação com a falta de desfecho do caso e a escalada da violência política no país. Ele enfatizou a necessidade de garantir a segurança dos cidadãos e de promover um ambiente político pacífico e democrático.
Coincidência ou estratégia?
A convocação de Tivane surge numa data em que Venâncio Mondlane está em audição, outra figura central no cenário político moçambicano, levanta especulações. “Parece que alguém se interessou pela beleza de Dinis Tivane e decidiu chamá-lo para um interrogatório especial”, ironizou o Psicólogo Cremildo Chichongue, refletindo a surpresa gerada pelo anúncio.
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