
A crise de recursos nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) atinge um novo patamar de gravidade. De acordo com fontes militares, vários quartéis em diferentes regiões do país estão sem provisões alimentares há semanas, e o tradicional curso militar em Mungune foi suspenso por “indisponibilidade logística”.
O novo chefe das FADM, General Júlio Jane, enfrenta um cenário complexo herdado da gestão anterior, marcada por cortes orçamentais, má alocação de fundos e denúncias de desvio de recursos. Em entrevista à TVM, Jane reconheceu os desafios: “Estamos a fazer um levantamento detalhado da situação e a redefinir prioridades operacionais. As nossas tropas merecem melhores condições”.
Leia também PGR decide arquivar processo contra Manuel Chang, que pode regressar a Moçambique como homem livre
Oficiais ouvidos sob anonimato relataram que há casos de soldados sendo alimentados com refeições improvisadas ou dependendo da solidariedade das comunidades locais. “A falta de comida compromete o moral e a capacidade operacional das unidades”, afirmou um comandante estacionado em Nampula.
A suspensão do curso militar em Mungune, programado para iniciar em abril com mais de 200 recrutas, é um reflexo direto da escassez. O Ministério da Defesa justificou a decisão com “restrições orçamentárias decorrentes do atual contexto económico”, mas evitou comentar as causas da falha na cadeia de fornecimento.
Especialistas em segurança, como Olívio Macuácua, alertam que “a fragilidade interna das FADM pode ter implicações sérias, especialmente num momento em que o país ainda enfrenta ameaças em Cabo Delgado e precisa manter a prontidão das suas forças”.
Grupos da sociedade civil têm solicitado ao Parlamento uma auditoria urgente às contas do setor da Defesa, alegando falta de transparência na gestão dos fundos destinados à segurança nacional.
Redação: Índico Magazine ||
Fonte: Jornal Evidências|| Siga o canal 🌐 Índico Magazine 🗞️📰🇲🇿 no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VafrN6E8aKvAYGh38O2p