Ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Cristóvão Chume, foi agraciado esta quarta-feira (16) com o grau de Comendador da Ordem Nacional do Mérito da República Francesa, em reconhecimento pelo seu contributo no reforço da cooperação bilateral em matéria de segurança e defesa, com especial destaque para as operações conjuntas em Cabo Delgado.
A distinção foi entregue em Maputo pelo embaixador da França, Yann Pradeau, que destacou o papel do ministro moçambicano na consolidação da parceria estratégica entre os dois países, particularmente no contexto do combate ao terrorismo que assola o norte do país. França tem estado profundamente envolvida na resposta internacional à insurgência em Cabo Delgado, onde se situam projectos multibilionários de exploração de gás natural, incluindo o da TotalEnergies, na Bacia do Rovuma.
Desde a eclosão da violência armada em 2017, Cabo Delgado tornou-se palco de uma crise humanitária e de segurança que ameaça investimentos internacionais e a estabilidade regional. A França, interessada na proteção dos seus ativos estratégicos na região, tem cooperado com Moçambique através de acções de formação militar, apoio logístico e coordenação com forças regionais.
Além disso, a União Europeia, com forte liderança francesa, tem financiado operações de assistência técnica e equipamento às forças moçambicanas, num esforço conjunto para restaurar a segurança e garantir a retoma dos megaprojectos energéticos. A presença de forças da SADC e do Ruanda na província foi, em grande medida, apoiada por essa rede de cooperação internacional.
Ao receber a distinção, Chume declarou que a honra "não é pessoal, mas colectiva", e reflete o empenho do Sector da Defesa Nacional na restauração da paz e no combate ao extremismo violento. “Esta condecoração simboliza também o reconhecimento do esforço conjunto entre Moçambique e os seus parceiros, num momento crucial para a reconstrução e desenvolvimento de Cabo Delgado”, afirmou.
A Ordem Nacional do Mérito, instituída pelo Presidente Charles de Gaulle em 1963, reconhece serviços civis e militares relevantes prestados à França ou à causa da solidariedade entre as nações. O grau de Comendador é uma das mais elevadas distinções da Ordem.
A homenagem sublinha o papel geopolítico de Moçambique no Corredor do Índico e o crescente interesse europeu na estabilidade da região, num contexto marcado por disputas energéticas e ameaças transnacionais.
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