O ex-Presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, anunciou o seu iminente regresso ao país com o objetivo de contribuir para uma solução pacífica na crise que assola a região leste, onde os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, tomaram vastas áreas de território.
"Decidi regressar à casa sem demoras para contribuir para a procura de uma solução", declarou Kabila em entrevista à agência Reuters. O ex-chefe de Estado, que liderou o país entre 2001 e 2019, encontra-se atualmente a residir na África do Sul, após ter deixado a RDC em 2023.
O retorno de Kabila surge num momento delicado e poderá intensificar as tensões políticas internas, dado o seu histórico de rivalidade com o atual Presidente, Félix Tshisekedi. Em fevereiro, Tshisekedi acusou publicamente o seu antecessor de apoiar a insurgência armada do M23, que avança em direção a Bukavu, a segunda maior cidade do leste congolês.
Joseph Kabila tem mantido contactos com figuras da oposição e da sociedade civil, com vista à construção de uma plataforma de diálogo sobre o futuro político da RDC. Numa mensagem escrita, afirmou que iniciará o seu envolvimento precisamente pela região oriental, “onde existe um perigo iminente”.
Entretanto, as conversações de paz entre o Governo de Kinshasa e o M23, previstas para ontem em Doha, foram adiadas indefinidamente, conforme confirmou a Reuters. O Qatar tem desempenhado um papel de mediação na crise e organizou recentemente uma reunião entre Tshisekedi e o Presidente ruandês Paul Kagame, durante a qual ambos apelaram ao cessar-fogo.
O regresso de Kabila poderá marcar uma viragem nas dinâmicas políticas e militares da RDC, mas também levanta receios sobre a possibilidade de reativação de antigos alinhamentos e rivalidades que historicamente fragilizaram os processos de pacificação no país.
Redação: Índico Magazine |Imagem: Arquivo|
Fonte: Reuters
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